Denominado por Padrão do Senhor Roubado, o monumento, datado do séc. XVIII, situa-se entre a Rua do Senhor Roubado e a Rua Pedro Álvares Cabral, em Odivelas. Edificado entre 1744 e 1745, constitui-se como um símbolo expiatório do “sacrílego furto” ocorrido na Igreja Matriz de Odivelas. “Ao tal largo se chama O Senhor Roubado, por causa de uma capella que ali está, da invocação de Senhor Roubado. A origem d´esta capella e do seu título, é a seguinte … Na noite de domingo para segunda-feira, 10 para 11 de Maio de 1671 …” (LEAL: 1875, 128) são roubados objetos de culto da Igreja Matriz de Odivelas. O roubo é atribuído a António Ferreira, um trabalhador rural, que foi apanhado a roubar galinhas no Convento de Odivelas. Encontraram no seu bolso uma cruz, de prata, que identificaram com sendo do remate do vaso sagrado furtado da igreja. Monumento arquitetónico de caráter religioso, desenhado, traçado e executado por Frei António dos Santos Prazeres, integra-se na arquitetura religiosa barroca. Na face ocidental, uma parede revestida a azulejos monocromáticos, construídos provavelmente entre 1745 e 1747, pretendem contar através de azulejos a história de António Ferreira em doze quadros ou painéis historiados, cada um composto por 72 azulejos, com legenda explicativa sobre o roubo. Imóvel de Interesse Público desde 1948, Dec. Lei n.º 37077 de 29 de Setembro de 1948
O Memorial (também conhecido por “cruzeiro”), situa-se no centro histórico de Odivelas, no local que foi a entrada do velho burgo, é uma das obras mais interessantes do Gótico em Portugal. Fica localizado a escassos duzentos metros do antigo Mosteiro, orientado no sentido Sudoeste-Nordeste, uma das faces voltadas para Lisboa, outra para o Mosteiro.Monumento da época diocesana, é construído em calcário Lioz, extraído das pedreiras de Trigache – Famões. Compõe-se de três partes essenciais: base, dupla arcaria sobreposta e coroamento, organizadas em duas faces dominadas pela verticalidade. Na face Noroeste, o escudo português medieval, usado na Armaria até ao reinado de D. Fernando. Remata o monumento uma cruz, constituída por quatro semicírculos, formando um florão, semelhante a outros que aparecem em monumentos portugueses do séc. XIV. A incerteza mantém-se quanto à sua origem e significado, pois as explicações dividem-se entre ter sido erguido para nele repousar o corpo de D. Dinis, falecido em 1325, no caminho que o levaria à igreja do Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo, onde o seu túmulo o esperava, ou para D. João I ao ser transportado de Lisboa para o Mosteiro da Batalha, em 1433. Ou ainda, tratar-se-ia de um padrão de couto demarcando limites territoriais na área jurisdicional do Mosteiro, ou um local de portagem, tendo objetivos fiscais de cobrança do imposto de barreira da coutada. Monumento de interesse Nacional por Dec. de 16/06/1910 e Lei nº 50 de 01/03/1955.
O primeiro local de Caneças a fornecer água fresca e onde os aguadeiros iam encher as bilhas de barro, era uma gruta. A sua construção é do ano de 1888 e o início da exploração foi em 1910. Nesse ano, a Câmara Municipal de Loures repara-a e amplia-a, surgindo então a Fonte das Fontainhas, construída com pedras do alto de Caneças que, juntamente com a verdura natural lhe dá um aspeto bonito e simples. Entretanto a mesma edilidade canaliza parte da água para um chafariz de duas bicas, no jardim central, facilitando o acesso da água para uso doméstico. Nascida na Ribeira das Águas Livres ficou, depois da construção do aqueduto com o mesmo nome, reduzida a uma nascente e a uma pequena ribeira, que foi lavadouro público. Com o objetivo de aumentar a exploração da água foram realizadas obras, contudo, as mesmas “não tiveram os resultados esperados, porque aumentaram a percentagem de minérios de ferro na água, perdendo esta as suas qualidades. O seu consumo foi abandonado”. No muro esquerdo de acesso à fonte encontram-se nove painéis azulejares, da autoria de Eduarda Filhó, datados de 1997 que se reportam às profissões da época com maior relevância em Caneças, nomeadamente: Veraneante, Lavadeiras, Aguadeiro e Enchedeira. Do lado direito um painel dedicado à Banda. Foi alvo de obras de limpeza e restauro em 1989 pela Câmara Municipal de Loures.
Mesquita Aisha Siddika de Odivelas