A Quinta da Memória, também conhecida por Casa do Arcebispo, é um dos monumentos arquitetónicos cujo estado e função atuais definem toda a linha orientadora do executivo para a requalificação/reabilitação e dotação de qualidade de vida para o concelho de Odivelas.Esta quinta, cujas referências históricas permitem-nos viajar até aos séculos XVII e XVIII está intimamente ligada a um homem, D. Rodrigo de Moura Teles, figura notável da Igreja Católica neste período e que desempenhou vários cargos, dos quais se destacam ter sido membro do Conselho de Estado dos reis D. Pedro II e D. João V, tal como foi Arcebispo de Braga. A sua presença ainda é bem visível neste edifício, quer seja no brasão que encima o portão da entrada principal, representativo das armas que o identificavam, quer seja pela traça da construção representada nas janelas setecentistas. A Quinta da Memória que deve o seu nome à proximidade física do Memorial de Odivelas recuperou a sua dignidade, após muitos anos de abandono. Aliás os registos históricos pouco revelam sobre quem ocupou esta construção de arquitetura solarenga do protobarroco português e a propriedade que em tempos se estendia por Odivelas, está hoje reduzida devido à pressão urbanística que caracterizou este território no século XX. Com a instalação dos Paços do Concelho neste edifício, a Câmara Municipal de Odivelas reabilitou um espaço degradado e dotou-o de novas funções, devolvendo a Quinta da Memória a todos os habitantes do Concelho. Hoje em dia é um espaço público - o primeiro de um projeto de reabilitação global do centro histórico de Odivelas - e é nele que está instalado o Gabinete da Presidência, tal como a Assembleia Municipal, o Salão Nobre, um auditório, sala de exposições e é aqui que se faz, de igual modo, o atendimento de Relações Públicas.
O primeiro local de Caneças a fornecer água fresca e onde os aguadeiros iam encher as bilhas de barro, era uma gruta. A sua construção é do ano de 1888 e o início da exploração foi em 1910. Nesse ano, a Câmara Municipal de Loures repara-a e amplia-a, surgindo então a Fonte das Fontainhas, construída com pedras do alto de Caneças que, juntamente com a verdura natural lhe dá um aspeto bonito e simples. Entretanto a mesma edilidade canaliza parte da água para um chafariz de duas bicas, no jardim central, facilitando o acesso da água para uso doméstico. Nascida na Ribeira das Águas Livres ficou, depois da construção do aqueduto com o mesmo nome, reduzida a uma nascente e a uma pequena ribeira, que foi lavadouro público. Com o objetivo de aumentar a exploração da água foram realizadas obras, contudo, as mesmas “não tiveram os resultados esperados, porque aumentaram a percentagem de minérios de ferro na água, perdendo esta as suas qualidades. O seu consumo foi abandonado”. No muro esquerdo de acesso à fonte encontram-se nove painéis azulejares, da autoria de Eduarda Filhó, datados de 1997 que se reportam às profissões da época com maior relevância em Caneças, nomeadamente: Veraneante, Lavadeiras, Aguadeiro e Enchedeira. Do lado direito um painel dedicado à Banda. Foi alvo de obras de limpeza e restauro em 1989 pela Câmara Municipal de Loures.
O Memorial (também conhecido por “cruzeiro”), situa-se no centro histórico de Odivelas, no local que foi a entrada do velho burgo, é uma das obras mais interessantes do Gótico em Portugal. Fica localizado a escassos duzentos metros do antigo Mosteiro, orientado no sentido Sudoeste-Nordeste, uma das faces voltadas para Lisboa, outra para o Mosteiro.Monumento da época diocesana, é construído em calcário Lioz, extraído das pedreiras de Trigache – Famões. Compõe-se de três partes essenciais: base, dupla arcaria sobreposta e coroamento, organizadas em duas faces dominadas pela verticalidade. Na face Noroeste, o escudo português medieval, usado na Armaria até ao reinado de D. Fernando. Remata o monumento uma cruz, constituída por quatro semicírculos, formando um florão, semelhante a outros que aparecem em monumentos portugueses do séc. XIV. A incerteza mantém-se quanto à sua origem e significado, pois as explicações dividem-se entre ter sido erguido para nele repousar o corpo de D. Dinis, falecido em 1325, no caminho que o levaria à igreja do Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo, onde o seu túmulo o esperava, ou para D. João I ao ser transportado de Lisboa para o Mosteiro da Batalha, em 1433. Ou ainda, tratar-se-ia de um padrão de couto demarcando limites territoriais na área jurisdicional do Mosteiro, ou um local de portagem, tendo objetivos fiscais de cobrança do imposto de barreira da coutada. Monumento de interesse Nacional por Dec. de 16/06/1910 e Lei nº 50 de 01/03/1955.
Fundado por El-Rei D. Dinis, em finais do século XIII, (1295), na Quinta de Vale de Flores em Odivelas, foi construído entre 1295 e 1305. Segundo a lenda, em cumprimento de uma promessa pela salvação da sua vida numa luta com um urso. O Mosteiro foi doado às monjas Bernardas da Ordem de Cister. de estilo Gótico Primitivo, o Mosteiro sofreu alterações significativas nos reinados de D. João IV (1604-1656) e D. João V (1689-1750), mas foi a reconstrução efetuada após o terramoto de 1755 que alterara profundamente a traça primitiva do edifício. Do estilo gótico restam apenas a cabeceira da igreja, constituída pela capela-mor e duas capelas laterais. No interior destacam-se os túmulos góticos: o de D. Dinis (primeiro exemplo português que introduz a monumentalidade na tumulária portuguesa. Data do séc. XIV e é um dos monumentos fúnebres mais belo do gótico português), e outro atribuído a um seu descendente. O Mosteiro tem ainda dois claustros: o Novo e o da Moura, este com uma fonte do séc. XVII. Em 1888 na sequência do Decreto de 1834 (extinção das Ordens Religiosas), e da Lei de 1862 (desamortização dos bens das freiras), o Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo encerra definitivamente. No ano de 1900, o Infante D. Afonso, irmão do Rei D. Carlos, funda o Instituto de Odivelas, estabelecimento de ensino dependente do Estado-Maior do Exército. Monumento Nacional por Dec. de 16/06/1910. Visitas temporariamente indisponíveis.