A Quinta da Memória, também conhecida por Casa do Arcebispo, é um dos monumentos arquitetónicos cujo estado e função atuais definem toda a linha orientadora do executivo para a requalificação/reabilitação e dotação de qualidade de vida para o concelho de Odivelas.Esta quinta, cujas referências históricas permitem-nos viajar até aos séculos XVII e XVIII está intimamente ligada a um homem, D. Rodrigo de Moura Teles, figura notável da Igreja Católica neste período e que desempenhou vários cargos, dos quais se destacam ter sido membro do Conselho de Estado dos reis D. Pedro II e D. João V, tal como foi Arcebispo de Braga. A sua presença ainda é bem visível neste edifício, quer seja no brasão que encima o portão da entrada principal, representativo das armas que o identificavam, quer seja pela traça da construção representada nas janelas setecentistas. A Quinta da Memória que deve o seu nome à proximidade física do Memorial de Odivelas recuperou a sua dignidade, após muitos anos de abandono. Aliás os registos históricos pouco revelam sobre quem ocupou esta construção de arquitetura solarenga do protobarroco português e a propriedade que em tempos se estendia por Odivelas, está hoje reduzida devido à pressão urbanística que caracterizou este território no século XX. Com a instalação dos Paços do Concelho neste edifício, a Câmara Municipal de Odivelas reabilitou um espaço degradado e dotou-o de novas funções, devolvendo a Quinta da Memória a todos os habitantes do Concelho. Hoje em dia é um espaço público - o primeiro de um projeto de reabilitação global do centro histórico de Odivelas - e é nele que está instalado o Gabinete da Presidência, tal como a Assembleia Municipal, o Salão Nobre, um auditório, sala de exposições e é aqui que se faz, de igual modo, o atendimento de Relações Públicas.
Fundado por El-Rei D. Dinis, em finais do século XIII, (1295), na Quinta de Vale de Flores em Odivelas, foi construído entre 1295 e 1305. Segundo a lenda, em cumprimento de uma promessa pela salvação da sua vida numa luta com um urso. O Mosteiro foi doado às monjas Bernardas da Ordem de Cister. de estilo Gótico Primitivo, o Mosteiro sofreu alterações significativas nos reinados de D. João IV (1604-1656) e D. João V (1689-1750), mas foi a reconstrução efetuada após o terramoto de 1755 que alterara profundamente a traça primitiva do edifício. Do estilo gótico restam apenas a cabeceira da igreja, constituída pela capela-mor e duas capelas laterais. No interior destacam-se os túmulos góticos: o de D. Dinis (primeiro exemplo português que introduz a monumentalidade na tumulária portuguesa. Data do séc. XIV e é um dos monumentos fúnebres mais belo do gótico português), e outro atribuído a um seu descendente. O Mosteiro tem ainda dois claustros: o Novo e o da Moura, este com uma fonte do séc. XVII. Em 1888 na sequência do Decreto de 1834 (extinção das Ordens Religiosas), e da Lei de 1862 (desamortização dos bens das freiras), o Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo encerra definitivamente. No ano de 1900, o Infante D. Afonso, irmão do Rei D. Carlos, funda o Instituto de Odivelas, estabelecimento de ensino dependente do Estado-Maior do Exército. Monumento Nacional por Dec. de 16/06/1910. Visitas temporariamente indisponíveis.
O primeiro local de Caneças a fornecer água fresca e onde os aguadeiros iam encher as bilhas de barro, era uma gruta. A sua construção é do ano de 1888 e o início da exploração foi em 1910. Nesse ano, a Câmara Municipal de Loures repara-a e amplia-a, surgindo então a Fonte das Fontainhas, construída com pedras do alto de Caneças que, juntamente com a verdura natural lhe dá um aspeto bonito e simples. Entretanto a mesma edilidade canaliza parte da água para um chafariz de duas bicas, no jardim central, facilitando o acesso da água para uso doméstico. Nascida na Ribeira das Águas Livres ficou, depois da construção do aqueduto com o mesmo nome, reduzida a uma nascente e a uma pequena ribeira, que foi lavadouro público. Com o objetivo de aumentar a exploração da água foram realizadas obras, contudo, as mesmas “não tiveram os resultados esperados, porque aumentaram a percentagem de minérios de ferro na água, perdendo esta as suas qualidades. O seu consumo foi abandonado”. No muro esquerdo de acesso à fonte encontram-se nove painéis azulejares, da autoria de Eduarda Filhó, datados de 1997 que se reportam às profissões da época com maior relevância em Caneças, nomeadamente: Veraneante, Lavadeiras, Aguadeiro e Enchedeira. Do lado direito um painel dedicado à Banda. Foi alvo de obras de limpeza e restauro em 1989 pela Câmara Municipal de Loures.
Denominado por Padrão do Senhor Roubado, o monumento, datado do séc. XVIII, situa-se entre a Rua do Senhor Roubado e a Rua Pedro Álvares Cabral, em Odivelas. Edificado entre 1744 e 1745, constitui-se como um símbolo expiatório do “sacrílego furto” ocorrido na Igreja Matriz de Odivelas. “Ao tal largo se chama O Senhor Roubado, por causa de uma capella que ali está, da invocação de Senhor Roubado. A origem d´esta capella e do seu título, é a seguinte … Na noite de domingo para segunda-feira, 10 para 11 de Maio de 1671 …” (LEAL: 1875, 128) são roubados objetos de culto da Igreja Matriz de Odivelas. O roubo é atribuído a António Ferreira, um trabalhador rural, que foi apanhado a roubar galinhas no Convento de Odivelas. Encontraram no seu bolso uma cruz, de prata, que identificaram com sendo do remate do vaso sagrado furtado da igreja. Monumento arquitetónico de caráter religioso, desenhado, traçado e executado por Frei António dos Santos Prazeres, integra-se na arquitetura religiosa barroca. Na face ocidental, uma parede revestida a azulejos monocromáticos, construídos provavelmente entre 1745 e 1747, pretendem contar através de azulejos a história de António Ferreira em doze quadros ou painéis historiados, cada um composto por 72 azulejos, com legenda explicativa sobre o roubo. Imóvel de Interesse Público desde 1948, Dec. Lei n.º 37077 de 29 de Setembro de 1948